12 de dezembro de 2011

"MONDEGO" Versão Portuguesa


Um filme de Daniel Pinheiro.
Projecto final de mestrado em Wildlife Documentary Production da Universidade de Salford, Reino Unido.
Documentário classificado com uma distinção. Filmado em Portugal durante Maio/Junho de 2011. Uma viagem pelo rio Mondego e a sua vida selvagem, das montanhas até ao oceano Atlântico.

Sinopse
Um rio aclamado por poetas e compositores, intimamente ligado à história de Portugal. Enquanto as suas águas se fundem com o mar, uma pequena fonte, escondida no alto da Serra da Estrela, continua a assegurar que o Mondego dá vida à sua grande variedade de habitats e de vida selvagem.

danielpinheiro.wildlifefilms@gmail.com

4 de dezembro de 2011

Yes You Can! - O Pai mais forte do mundo

O Team Hoyt (Equipe Hoyt) é composto pelo pai (Dick Hoyt) e o filho (Rick Hoyt, nascido em 1962) em Massachusetts (EUA), juntos completaram maratonas, triatlos e outros eventos desportivos. Rick é deficiente desde o nascimento, pois ao nascer, seu cordão umbilical ficou preso ao pescoço, e ele perdeu oxigenio no cerebro.

Graças aos seus pais, que ignoraram os avisos dos médicos que diziam que ele viraria um vegetal. Aos 12 anos Rick começou a usar um computador especial para se comunicar, usando movimentos de sua cabeça. Suas primeiras palavras foram: "Go Bruins!", então sua familia descobriu que ele era um fã de desporto. Eles o ajudaram a correr sua primeira corrida em 1977, uma corrida beneficente de cinco milhas.

Dick é tenente-coronel aposentado da Air National Guard. Rick é graduado na universidade de Boston e agora trabalha na faculdade Boston. Eles continuam competindo em corridas, e também são motivadores.

Até Junho de 2005, o Team Hoyt já participou de um total de 911 eventos, incluindo 206 triatlos (seis deles competições Ironman Triathlon), vinte duatlos, e 64 maratonas, incluindo 24 maratonas de Boston consecutivas. Eles também pedalaram e correram a corrida dos EUA, em 1992 (uma jornada de 3735 milhas, completa em 45 dias).

Quando perguntam a Rick uma coisa que ele deseja, que ele gostaria de dar a seu pai, ele responde: "A coisa que eu mais gostaria de fazer por meu pai, seria senta-lo em uma cadeira e eu poder empurrar ele com minhas forças"  link



(Im)possível ficar indiferente...
Página oficial.

16 de novembro de 2011

Coimbra - 100 Anos da Tracção Eléctrica


Verifiquem os tipos de transportes públicos disponíveis e como a cidade se apresentava cuidada...
Será que evoluímos???

26 de outubro de 2011

A magia do Pano Verde...



Já conhecia no entanto desconhecia que era usada tantas vezes.
Com tanta "técnica" porque está sempre a aumentar os preços filmes e dos bilhetes de cinema?

5 de outubro de 2011

Não importa o que dizem de mim.


"Não importa o que dizem de mim.
Importa porém o que penso, importa o que é certo e justo.
Importa o que sou de verdade, a família que amo, os amigos
e os bons momentos que essa curta vida nos proporciona juntos."

12 de setembro de 2011

Um dia isto tinha de acontecer...

"Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança
caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua
adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus
descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais
qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível, dinheiro no bolso. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha
emagreceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões
Atlânticos e festivais de música, bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar
restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da Internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquer_coisa_phones ou i_pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas
décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum.
Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada;
uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como
mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à
escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura, capacidade e competência, solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato
colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem,
atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são
empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que
inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer
melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma
generalização injusta.

Pode ser que nada/ninguém seja assim."

30 de agosto de 2011

Steve Jobs - Discurso Stanford COMPLETO


"Estou honrado em estar com vocês hoje na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na faculdade. Verdade seja dita, hoje é o dia da minha vida que cheguei mais perto de uma formatura de faculdade. Hoje eu quero contar a vocês três histórias da minha vida. É só isso. Não é grande coisa. Só três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Eu deixei a Reed College depois dos primeiros 6 meses, mas então eu fiquei por lá como visitante por outros 18 meses mais ou menos, antes de eu realmente sair. Então por que eu saí?

Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era jovem, solteira e recém-formada. Decidiu me entregar para adopção. Queria que eu tivesse formação universitária. Ficou arranjado que, ao nascer, eu seria entregue a um advogado e a sua esposa. Mas, no último instante, eles decidiram que queriam uma menina. Então, o casal seguinte da lista de espera recebeu uma ligação no meio da noite: ‘Temos um bebe inesperado, vocês querem ficar com ele?’. Eles disseram: ‘Claro’. Mas minha mãe (adoptiva) nunca havia se formado e meu pai (adoptivo) não havia concluído a escola secundária. Minha mãe biológica se recusou a assinar os papéis de adopção. Só mudou de ideia depois de alguns meses, quando meus pais prometeram que eu teria formação superior.

E 17 anos depois eu fui para faculdade. Mas ingenuamente eu escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e todas as economias dos meus pais de classe operária estavam sendo gastos na minha educação superior. Depois de seis meses, eu não podia enxergar benefício naquilo. Eu não tinha ideia do que queria fazer com minha vida e nenhuma ideia de como a faculdade poderia me ajudar a descobrir. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais economizaram durante toda a vida. Então eu decidi sair e confiar que tudo ia acabar dando certo. Era bem assustador naquela época, mas olhando para trás, foi uma das melhores decisões que eu já tomei. Assim que eu saí eu pude parar de assistir as aulas obrigatórias que não me interessavam, e comecei a assistir as que pareciam interessantes.

Nem tudo foi tão romântico. Eu não tinha um dormitório, então eu dormia no chão do quarto dos amigos; eu devolvia garrafas de coca-cola aos depósitos por 5 centavos para poder comprar comida; e eu andava as 7 milhas (11,2 km) através da cidade toda noite de domingo para pegar uma boa refeição semanal no templo Hare Krishna. Eu amava aquilo. E muito do que eu encontrei seguindo minha curiosidade e intuição se mostrou de valor incalculável mais tarde. Deixe-me dar um exemplo:

A Reed College naquele tempo oferecia talvez a melhor instrução sobre caligrafia no país. Por todo o campus, cada poster, cada etiqueta em cada gaveta, apresentava uma bela caligrafia manual. Por eu ter saído e não ter que assistir as aulas normais, eu decidi tomar aulas de caligrafia para aprender a fazer aquilo. Eu aprendi sobre caracteres com e sem serifa, sobre a variação do espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna a grande tipografia grande. Era bonita, histórica, artisticamente subtil de uma maneira que a ciência não pode capturar, e eu achei aquilo fascinante.

Nada disso tinha sequer um lampejo de aplicação prática na minha vida. Mas dez anos depois, quando nós estávamos projectando o primeiro computador Macintosh, aquilo tudo voltou. E nós colocamos tudo no Mac. Foi o primeiro computador com uma tipografia bonita. Se eu nunca tivesse entrado naquele simples curso da faculdade, o Mac nunca teria múltiplos tamanhos de letra ou fontes proporcionalmente espaçadas. E como o Windows só copiou o Mac, provavelmente nenhum computador pessoal teria. Se eu nunca tivesse deixado a faculdade, eu nunca teria entrado na aula de caligrafia, e os computadores pessoais poderiam não ter a maravilhosa tipografia que eles têm. Claro que era impossível ligar os pontos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas ficou muito, muito claro olhando para trás dez anos depois.

De novo: você não pode ligar os pontos olhando adiante; você só pode liga-los olhando para trás. Então você tem que confiar que os pontos de algum jeito vão se ligar em seu futuro. Você tem que confiar em alguma coisa – seu intestino, destino, vida, karma, seja o que for. Essa ideia nunca me deixou cair, e fez toda a diferença na minha vida.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu fui sortudo – descobri o que eu amava fazer bem cedo. Woz (Steve Wozniak) e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Nós trabalhamos duro, e em 10 anos a Apple cresceu de apenas nós dois numa garagem até uma companhia de 2 biliões de dólares com mais de 4000 empregados. Nós tínhamos acabado de lançar nossa maior criação – o Macintosh – um ano antes, e eu tinha acabado de fazer 30. E então eu fui demitido. Como você pode ser demitido de uma empresa que fundou? Bem, à medida que a Apple crescia, contratei uma pessoa que pensei ser talentosa para administrar a empresa comigo. Mas nossa visão do futuro começou a divergir e tivemos um desentendimento. Quando isso aconteceu, a directoria ficou do lado dessa pessoa. Fiquei arrasado.

Eu realmente não sabia o que fazer por alguns meses. Eu sentia que tinha falhado diante de toda a geração anterior de empreendedores – que eu deixei cair o bastão quando ele estava sendo passado a mim. Encontrei David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter trabalhado tão mal. Eu era um fracasso público, e eu até pensei em fugir do vale. Mas algo começou a surgir lentamente em mim – eu ainda amava o que eu fazia. A série de eventos na Apple não tinha mudado isso nem um pouco. Eu fui rejeitado, mas eu ainda estava apaixonado. Então eu decidi recomeçar.

Eu não via isso na hora, mas o fato é que ser demitido da Apple foi a melhor coisa que jamais poderia ter me acontecido. O peso de ser bem sucedido foi trocado pela leveza de ser um iniciante de novo, sem ter certeza de quase nada. Isso me libertou para entrar num dos períodos mais criativos da minha vida.

Nos cinco anos seguintes, eu comecei uma empresa chamada NeXT, outra empresa chamada Pixar, e me apaixonei por uma magnífica mulher que se tornaria minha esposa. A Pixar criou o primeiro filme de animação por computador, Toy Story, e hoje é o mais bem sucedido estúdio de animação do mundo. Numa memorável sequência de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple, e a tecnologia que nós desenvolvemos na NeXT está no coração da actual ressurreição da Apple. E Laurence e eu temos uma maravilhosa família juntos.

Tenho toda a certeza de que nada disso teria acontecido se eu não fosse demitido da Apple. Foi um remédio de gosto amargo, mas acho que o paciente precisava dele. Às vezes a vida te bate na cabeça com um tijolo. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me manteve em acção foi o fato de que eu amava o que fazia. Você tem que achar o que você ama, sua paixão. E isso é tão verdadeiro para o seu trabalho quanto é para seu companheiro. Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e o único jeito de ficar verdadeiramente satisfeito é fazer o que você acredita que é um belo trabalho. E o único jeito de fazer um belo trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não achou, continue procurando. Não fique sentado. De todo o coração, você vai saber quando encontrar. E, como qualquer grande relacionamento, só melhora mais e mais conforme os anos vão passando. Então continue procurando até achar. Não fique sentado.

Minha terceira história é sobre a morte.

Quando eu tinha 17 anos, eu li uma citação mais ou menos assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provavelmente você vai acertar”. Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu tenho olhado no espelho cada manhã e perguntado a mim mesmo: “Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu ia querer fazer o que eu vou fazer hoje?” E sempre que a resposta foi “Não” por vários dias seguidos, eu soube que eu tinha que mudar alguma coisa.

Lembrar que eu logo vou estar morto é a ferramenta mais importante que eu já encontrei pra me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou falhas – estas coisas simplesmente somem em face da morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Mais ou menos há um ano eu recebi um diagnóstico de câncer. Eu fiz um exame às 7:30 da manhã, e ele mostrou claramente um tumor no meu pâncreas. E eu nem sabia o que era um pâncreas! Os médicos me disseram que era quase com certeza um tipo incurável de câncer, e que eu não devia esperar viver mais do que de três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir para casa e botar meus negócios em ordem, o que no idioma dos médicos significa: prepare-se para morrer. Significa tentar dizer aos seus filhos tudo o que você pensou que teria os próximos 10 anos para lhes dizer, em apenas uns poucos meses. Significa ter certeza que tudo está no lugar para que seja tão fácil quanto possível para sua família. Significa dizer adeus.

Eu fiquei com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, naquela noite eu tive uma biopsia, em que eles enfiaram um endoscópio na minha garganta, através do meu estômago e dentro dos meus intestinos, colocaram uma agulha no meu pâncreas e pegaram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha esposa, que estava lá, me disse que quando eles viram as células no microscópio os médicos começaram a chorar porque descobriram que era uma forma muito rara de câncer pancreático que é curável através de cirurgia. Eu passei pela cirurgia e hoje eu estou bem.

Isto foi o mais perto que eu cheguei de encarar a morte, e eu espero que seja o mais perto que eu chegue por algumas décadas mais. Tendo sobrevivido, hoje eu posso dizer isto a vocês com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual:

Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer para chegar lá. E mesmo assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca escapou dela. E é como deve ser, porque a Morte é muito provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Ela tira o velho do caminho para dar espaço pro novo. Por enquanto o novo são vocês, mas algum dia não muito distante, vocês gradualmente vão se tornar os velhos e sair do caminho. Me desculpe por ser tão dramático, mas essa é a verdade.

Seu tempo é limitado, então não o perca vivendo a vida de outra pessoa. Não caia na armadilha do dogma – que é viver com os resultados do pensamento de outra pessoa. Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar sua voz interior. E mais importante, tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.

Quando eu era jovem, havia uma publicação maravilhosa chamada “The Whole Earth Catalog” (O Catálogo de Toda a Terra), uma das bíblias da minha geração. Tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e polaróides. Era tipo um Google em formato brochura, mas 35 anos antes do Google. Era idealista e trazia uma abundância de recursos elegantes e ideias brilhantes.

Stewart e sua equipe publicaram várias edições do “The Whole Earth Catalog”, e então quando seu papel estava cumprido, eles publicaram uma edição final. Estávamos em meados dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa, havia a fotografia de uma estradinha de terra ao amanhecer, do tipo em que você poderia ficar pegando carona se você for aventureiro. Em baixo, lia-se: “Stay hungry; stay foolish” (Mantenha-se ávido; mas não se leve tão a sério). Era a mensagem de despedida deles. E tenho sempre desejado isso para mim. E agora, eu desejo isto a vocês.

Stay Hungry. Stay Foolish.

Muito obrigado a todos vocês."

23 de julho de 2011

Bicicletas....

Get on your bike and take the ride of your life...

Este sim é o verdadeiro espírito de quem gosta destas meninas... :)
making of

21 de julho de 2011

Entender os Outros

Nós combatemos a nossa superficialidade, a nossa mesquinhez, para tentarmos chegar aos outros sem esperanças utópicas, sem uma carga de preconceitos ou de expectativas ou de arrogância, o mais desarmados possível, sem canhões, sem metralhadoras, sem armaduras de aço com dez centímetros de espessura; aproximamo-nos deles de peito aberto, na ponta dos dez dedos dos pés, em vez de estraçalhar tudo com as nossas pás de catterpillar, aceitamos-los de mente aberta, como iguais, de homem para homem, como se costuma dizer, e, contudo, nunca os percebemos, percebemos tudo ao contrário.
Mais vale ter um cérebro de tanque de guerra. Percebemos tudo ao contrário, antes mesmo de estarmos com eles, no momento em que antecipamos o nosso encontro com eles; percebemos tudo ao contrário quando estamos com eles; e, depois, vamos para casa e contamos a outros o nosso encontro e continuamos a perceber tudo ao contrário.

Como, com eles, acontece a mesma coisa em relação a nós, na realidade tudo é uma ilusão sem qualquer percepção, uma espantosa farsa de incompreensão. E, contudo, que fazer com esta coisa terrivelmente significativa que são os outros, que é esvaziada do significado que pensamos ter e que, afinal, adquire um significado lúdico; estaremos todos tão mal preparados para conseguirmos ver as acções intímas e os objectivos secretos de cada um de nós? Será que devemos todos fecharmo-nos e mantermo-nos enclausurados como fazem os escritores solitários, numa cela à prova de som, evocando as pessoas através das palavras e, depois, afirmar que essas evocações estão mais próximas da realidade do que as pessoas reais que destroçamos com a nossa ignorância, dia após dia? Mantém-se o facto de que o compreender as pessoas não tem nada a ver com a vida. O não as compreender é que é a vida, não compreender as pessoas e depois, depois de muito repensar, voltar a não as compreender. É assim que sabemos que estamos vivos: não compreendemos. Talvez o melhor fosse não ligar ao facto de nos enganarmos ou não sobre as pessoas e deixar andar. Se conseguirem fazer isso - estão com sorte.

Philip Roth, in 'Pastoral Americana'

9 de julho de 2011

FIlhos são como navios

Ao olharmos um navio no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte âncora.

Mal sabemos que ali está em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, ao destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.

Dependendo do que a força da natureza lhes reserva, poderá ter que desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.

Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas. E haverá muita gente no porto, feliz à sua espera.

Assim são os FILHOS.
Estes têm nos PAIS o seu porto seguro até que se tornem independentes.
Por mais segurança, sentimentos de preservação e de manutenção que possam sentir junto aos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras.

Certo que levarão consigo os exemplos dos pais, o que eles aprenderam e os conhecimentos da escola, mas a principal provisão, além das materiais, estará no interior de cada um: A CAPACIDADE DE SER FELIZ.
Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém.

O lugar mais seguro que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali.

Os pais também pensam que sejam o porto seguro dos filhos, mas não podem se esquecer do dever de prepara-los para navegar mar a dentro e encontrar o seu próprio lugar, onde se sintam seguros, certos de que deverão ser, em outro tempo, este porto para outros seres.

Ninguém pode traçar o destino dos filhos, mas deve estar consciente de que na bagagem devem levar VALORES herdados como: HUMILDADE, HUMANIDADE,HONESTIDADE, DISCIPLINA, GRATIDÃO E GENEROSIDADE.

Filhos nascem dos pais, mas devem se tornar CIDADÃOS DO MUNDO. Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles.

A FELICIDADE CONSISTE EM TER UM IDEAL A BUSCAR E TER A CERTEZA DE ESTAR DANDO PASSOS FIRMES NO CAMINHO DA BUSCA.

Os pais não devem seguir os passos dos filhos e nem devem estes descansar no que os pais conquistaram.

Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, de seu porto, e, como os navios, partirem para as próprias conquistas e aventuras. Mas, para isso, precisam ser preparados e amados, na certeza de que: “QUEM AMA EDUCA”.

“COMO É DIFÍCIL SOLTAR AS AMARRAS”
Içami Tiba

8 de julho de 2011

Coimbra, Portugal: Concentrated Culture

Filhos são do mundo

Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autónomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos. Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebé que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.

Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo correctamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!

Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles. Santo anjo do Senhor…

É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas ‘crias’, que mesmo sendo ‘emprestadas’ são a maior parte de nós!!!

“A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver ”

Palavras de uma jornalista depois do acidente em Angra dos Reis Link 1, Link 2 e Link 3

7 de julho de 2011

Seus filhos não são seus filhos

"Seus filhos não são seus filhos. São os filhos e filhas da Vida desejando a si mesma. Eles vêm através de vocês mas não de vocês. E embora estejam com vocês, não lhes pertencem. Vocês podem lhes dar amor, mas não seus pensamentos, Pois eles têm seus próprios pensamentos. Vocês podem abrigar seus corpos mas não suas almas, Pois suas almas vivem na casa do amanhã, que vocês não podem visitar, nem mesmo em seus sonhos. Vocês podem lutar para ser como eles, mas não procurem torná-los iguais a vocês. Pois a vida não volta para trás, nem espera pelo passado"

Gibran Khalil Gibran “O Profeta”

2 de julho de 2011

Estrelas

“As pessoas têm estrelas que não são idênticas para todas. Para umas, que viajam, as estrelas são guias. Para outras, não passam de pequenas luzes. Para outras, que são sábias, são problemas. Para o meu homem de negócios, eram ouro. Todas essas estrelas são mudas. Mas tu, tu terás estrelas como ninguém tem. (…) Quando olhares para o céu, à noite, já que moro numa delas, já que me estou a rir numa delas, é como se todas as estrelas se rissem para ti. Tu, tu terás estrelas que sabem rir! (…) E quando já te tiveres consolado (as pessoas consolam-se sempre), ficarás contente por me teres conhecido. Serás sempre meu amigo.”

Antoine de Saint-Exupéry (O Principezinho)

1 de julho de 2011

Liberdade???

Todo o gesto, por ti praticado, se mal direccionado, tende a roubar a liberdade e a espontaneidade, dos que te rodeiam.

Por mais razões que tentem encontrar, para te ilibar, estas mostram-se infrutíferas e, o teu gesto, recai sobre os demais.

O único caminho, que te liberta, é o afastamento, de tal pessoa, que joga com o tua personalidade, e, faz de ti, um jogo em suas mãos.


Eis que assim é necessária a ponderação, saber dizer «não», quando o tido amigo, perdeu toda noção do ridículo.

É importante não esquecer, que...
A minha liberdade termina, onde começa a liberdade do outro!

Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos. William Shakespeare

2 de junho de 2011

Netos desequilibram convivência de pais e avós

A convivência entre as avós e seus netos não poderia ser melhor, entretanto, entre as avós e os pais nem sempre é das mais simples e pacífica. As avós sem dúvida são as melhores e mais confiáveis ajudantes. Eles buscam na escola, levam à natação, ajudam no banho e também liberam o que muitas vezes os pais não deixam.

De acordo com o pediatra Fabio Ancona Lopez, as avós acham que, se deu certo da forma como fizeram com os filhos, não há por que mudar. Mas a medicina evoluiu muito. Ele afirma que muitas avós insistem em dar chás e papinhas para bebezinhos, quando a recomendação, hoje, é o aleitamento materno exclusivo até os seis meses.

Avós também estão presas à ideia de que “mais gordinho é mais fortinho”, explica o médico. E como as crianças passam mais tempo na casa da avó, comem guloseimas, podem assistir TV comendo no sofá, tendem a ter um ganho de peso maior, afirma.

Como na casa dos pais há outra lei, como, por exemplo, não comer chocolate entre as refeições, existe vários motivos para discussões entre pais e avós. E o velho ditado prevalece: quem educa é pai e mãe, as avós não têm essa função.

Os psicólogos afirmam que é preciso ficar claro que quem manda são os pais. E para evitar os conflitos ensinam: se a criança pede algo às avós, esses devem dizer que vão consultar os pais dela antes de responder a sua vontade. E os pais antes de arrumar uma briga por uma bobagem, devem levar em consideração a dedicação das avós.

A convivência entre avó e neto beneficia os dois lados. Os pais pela segurança e as avós pela oportunidade de se sentirem úteis e renovadas em poder cuidar das crianças. Portanto, o ganho afetivo é maior que qualquer mau hábito que a criança possa adquirir.

Do lado dos netos, os ganhos vão além dos mimos. A criança percebe o processo de envelhecimento, aumenta seu respeito pelos idosos e tem uma noção mais completa de família, dizem os educadores.

1 de junho de 2011

Conselhos de Avô


Larga a sopa, João,
Não comas mais,
Não dês ouvidos às mentiras
Dos teus pais!

Larga a sopa, João,
Sou eu que digo
Larga a sopa que o espinafre é meu amigo.

Larga a sopa, João,
Tu pensa bem nas emoções dos vegetais.
Larga a sopa, João, eu sei que gostas
Mas come antes um peixinho e umas lagostas.

Larga a sopa malandro, estas a abusar,
Se a tua avó te vê vai ter de te ralhar.

Larga a sopa, João, não comas tanto,
Ao menos faz-me esse favor enquanto eu canto
Larga a sopa, meu amor, vai p'ro o jardim,
Brincar na relva antes que a relva chegue ao fim
Quando voltares, vais ver, salvei a sopa de cozer,
Mas dou-te meia saladinha, não te quero ver sofrer

Vais crescer,
E é sopa que vais querer a toda a hora.
É uma vida a triturar, vê lá, não queiras começar já já.

Vais crescer,
E é sopa que vais querer a toda a hora.
É uma vida a triturar, vê lá, não queiras começar já já.
Larga-me isso por agora!

Conselhos de Avô - B Fachada 

Ode à Criança


A criança é criativa porque é crescimento e se cria a si própria. É como um rei, porque impõe ao mundo as suas ideias, os seus sentimentos e as suas fantasias. Ignora o mundo do acaso, pré-elaborado, e constrói o seu próprio mundo de ideais. Tem uma sexualidade própria. Os adultos cometem um pecado bárbaro ao destruir a criatividade da criança pelo roubo do seu mundo, sufocando-a com um saber artificial e morto, e orientando-a no sentido de finalidades que lhe são estranhas. A criança é sem finalidade, cria brincando e crescendo suavemente; se não for perturbada pela violência, não aceita nada que não possa verdadeiramente assimilar; todo o objecto em que toca vive, a criança é cosmos, mundo, vê as últimas coisas, o absoluto, ainda que não saiba dar-lhes expressão: mas mata-se a criança ensinando-a a ater-se a finalidades e agrilhoando-a a uma rotina vulgar a que, hipocritamente, se chama realidade.

Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

27 de maio de 2011

Quando a pressão é demais

No dia em que marcou dois golos no mesmo jogo, Miguel saiu do balneário eufórico e foi ter com o pai que o esperava na bancada. "Viste? O guarda-redes nem teve hipóteses..." Lembra-se de o pai ter encolhido os ombros, sem mostrar grande entusiasmo. "Sabe o que me respondeu? 'Ora, falhaste pelo menos três remates de baliza aberta.'"
Há pais assim, para quem não chega ser bom, é preciso ser o melhor, para quem o segundo lugar é apenas chegar depois do primeiro. Ou, simplesmente, para quem é muito difícil fazer um elogio, não vá o filho pensar ter já alcançado o suficiente. A pressão familiar tem muitas formas e nem todas são evidentes. "Há pequenos comentários, que ditos de forma persistente e, sobretudo, quando estão em causa miúdos com o ego mais frágil, são formas terríveis de pressionar... sejam eles sobre a escola ou sobre a maneira de vestir", revela Marta Gautier, psicóloga clínica especializada em competências parentais. O que não deixa margem para dúvidas são os efeitos dessa pressão, não raras vezes a principal origem de stresse e ansiedade juvenis.

 

Estranha forma de amar


Os pais querem o melhor para os filhos e a preocupação com o seu futuro justifica quase tudo. Dizem que é preciso torná-los fortes, para lutar, preparados para resistir e dar-lhes um curso superior, para triunfarem na vida. Hoje já adulto e ele próprio com filhos pequenos, Miguel vê na atitude do pai em relação ao seu desempenho desportivo também um sinal dos tempos: "Para uma determinada geração os rapazes tinham de ser educados como futuros chefes de família e, para se fazerem 'homens', havia que os endurecer. A pressão foi sempre menor em relação à minha irmã, por exemplo."
Atualmente, "numa sociedade que valoriza o desenvolvimento educacional e profissional em detrimento do desenvolvimento emocional", conforme considera a psicóloga Maria João Santos, "quase tudo passou a estar focado na escola". "Têm boas notas? Então está tudo bem, pensam os progenitores, esquecendo todas as outras dimensões daquela criança." Não que a autora do livro "Os Pais Têm Sempre Razão" defenda a existência de uma fórmula certa para educar. Nesta tarefa de criar um filho, regras absolutas não há, garante, e recomendável mesmo "é que cada família encontre o seu modelo, adequando-o à criança que tem em casa e precisa conhecer".
Ao contrário da teoria, na prática não é fácil distinguir entre um pai preocupado e responsável e um pai demasiado exigente. Nem todos têm a frontalidade de Amy Chua, a chinesa residente nos EUA que recentemente fez arrepiar muitos pedagogos e encarregados de educação quando decidiu revelar, em livro ("Battle Hymn of the Tiger Mom"), a forma como educara as duas filhas, seguindo o modelo tradicional do seu país. Professora de Direito na Universidade de Yale, Amy (considerada pela "Time" uma das 100 personalidades mais influentes de 2011) confessou que chegou a rejeitar um cartão de aniversário feito pela filha de sete anos, argumentando que merecia melhor. Com pulso firme e disciplina sem contemplações, assim cresceram as irmãs, habituadas a ter de apresentar notas excelentes e a serem obrigadas a tocar piano e violino sem pausas sequer para comer ou ir à casa de banho, sem ordem nunca para poderem dormir em casa de amigos ou receberem colegas para brincar. É preciso dizer que Sophia, a filha mais velha desta autêntica "mãe tigre", como Amy Chua ficou conhecida, chegou recentemente à mais prestigiada das Universidades, Harvard, mas cada um julgará por si.
A João Silvestre este modelo oriental parece "claramente exagerado", embora reconheça na disciplina uma das suas principais filosofias educativas. Pai de dois rapazes - com 11 e 14 anos - admite que é exigente. "Acho que devo sê-lo. Se me trazem um 'Satisfaz Bem', se calhar fico mais preocupado em perceber porque não tiveram uma nota ainda melhor. O importante é chamar-lhes a atenção para o que podem melhorar". Como muitos outros pais e mães em relação ao seus filhos, João sente ter "a obrigação de não os enganar". "Todos vemos que hoje nem para quem é bom há lugar... Eu não lhes digo que têm de ser os melhores, mas o meu papel é zelar para que estejam pelo menos nesse grupo se querem ter mais hipóteses de escolha e maior chance de serem bem sucedidos."
Fernando Glória, professor de educação musical desde 1991, habituou-se a reconhecer em alguns encarregados de educação outra dificuldade - a de aceitarem as limitações dos filhos. Embora ao longo dos anos reconheça ter de lidar mais frequentemente com as consequências da desresponsabilização dos pais e sinta a cada vez maior ausência de regras nos miúdos - "muitos ouvem a palavra 'não' pela primeira vez quando chegam à escola" -, identifica facilmente os casos dos alunos pressionados em casa. "Têm um comportamento mais instável e na hora de receberem as avaliações dos testes ficam muito nervosos", partilha o professor. "As notas causam-lhes muita ansiedade. Têm medo da reação dos pais", que, por sua vez, muitas vezes não resistem a ir à escola questionar por que razão os filhos não tiveram melhores notas ou só conseguiram percentagens mais baixas que alguns colegas. "Não digo que seja a maioria dos casos", remata Fernando Glória, "mas acontece, e é pena que eles se preocupem mais com as avaliações do que com o processo de aprendizagem".

 

Meninos modelo


Para a psicóloga Marta Gautier, "é comum os pais terem dificuldade em aceitar que os filhos não são perfeitos". No fundo, as crianças são o retorno de que se socorrem para "acreditar que estão a fazer tudo bem". A especialista, que escreveu o livro "Não há famílias perfeitas", vai mais longe: "Neste relação de espelho que acaba por ser esta dos pais com os filhos, é como se o pai ou a mãe resolvessem problemas seus, da sua infância, através deles. 'Se fores perfeito ou melhor que eu, colmatas certas dificuldades minhas e eu já não preciso olhar para dentro de mim. Tu curas-me'. Pode não haver esta consciência, mas isto acontece."
É pelo facto de "verem os filhos como prolongamento de si próprios e não como seres individuais", como diz também Marta Gautier, que projetam neles as suas próprias ambições. Outro palco onde o excesso de expectativas sobre os miúdos se manifesta é no mundo desportivo. Muitos pais querem campeões com o seu apelido e sonham com medalhas ou botas de ouro que façam subir as bandeiras na proporção do seu orgulho. Centrados nos resultados, quase se esquecem de valorizar o desporto pelas vantagens da sua prática.
Rui Gomes, investigador do Instituto de Psicologia da Universidade do Minho e autor de alguns trabalhos no âmbito da relação entre pais e filhos no desporto, reconhece que "a pressão parental e o receio por parte dos atletas acerca das avaliações negativas, tanto de pais como treinadores" pode acabar por conduzir ao abandono da prática desportiva. "À medida que o investimento familiar aumenta", escreveu num dos seus trabalhos o professor universitário, "o jovem sente-se mais saturado e esgotado e vê-se 'prisioneiro' no papel de atleta", até, eventualmente, acabar por desistir.
É uma relação de forças que começa ainda antes. Ao tentar perceber como os pais e os jovens percecionam o seu papel nesta engrenagem, Rui Gomes concluiu que é comum os filhos fazerem desporto, não tanto por vontade própria, mas por pressão dos pais, que os estimulam por ser saudável, necessário, etc. A questão centra-se depois na forma como a coisa passa a ser vivida. É a maneira como os pais reagem à prestação desportiva dos filhos que condiciona o seu impacto neles, diz o docente, e por sua vez "essa reação varia em virtude da visibilidade social da própria modalidade", sendo certo que pais "demasiado focados nos resultados geram um impacto negativo muito maior".
Paulo Bona nunca refletiu cientificamente sobre o assunto, mas sabe-o bem, por experiência própria. Depois de aos 7 anos o filho ter sido selecionado para jogar no Benfica e de aí continuar até hoje, já com 13, Paulo habituou-se aos "excessos" de muitos pais e aos seus comportamentos pouco didáticos. "Em 80 por cento dos casos são uma influência muito negativa", desabafa. "Estão lá sempre caídos, dizem mal de um e de outro, até dos próprios filhos, prometem-lhes prendas se jogarem em certos torneios... Muitos desses pais nem se falam."
Não é esta a sua atitude, garante. O Duarte gostou sempre de futebol e, com a naturalidade com que o levou ao Benfica quando lhe chamaram a atenção para as qualidades do rebento, Paulo espera encarar a sua saída do clube se assim tiver de ser. Além de mais, Duarte é aluno de quadro de honra, disciplinado por natureza, reconhece o pai, e um jovem consciente de que "se o futebol não der, não é o fim do mundo". "Seja como for", acrescenta, "o Cristiano Ronaldo e o Ricardo Quaresma não tiveram propriamente os pais à volta deles nos treinos para se fazerem os jogadores que se fizeram. Quem sou eu para exigir resultados ao meu filho?"
Não é um universo fácil de desmontar, adianta Rui Gomes, até pela "dificuldade de os pais olharem para o seu comportamento como estando a exercer pressão ou a prejudicar os filhos". Nem é linear que os miúdos interpretem certas manifestações como tal, diz o professor universitário, embora recorde casos bem sintomáticos de pressão parental: "Recordo o caso de uma atleta que, já desmotivada em relação à modalidade e com vontade de abandonar, me dizia que não podia desistir porque era a sua vida desportiva que unia a família e, sem isso, os pais divorciar-se-iam. Outro exemplo aconteceu-me ao ver certo jogo, onde um miúdo com 12 ou 13 anos esteve extraordinário à baliza. Durante a partida reparei num indivíduo que se manteve muito irritado. Chamava nomes ao árbitro e ralhava a torto e a direito. Percebi no final que era o pai do tal rapaz. Achei incrível como é que aquele homem conseguiu olhar para o jogo assim, sem ter ficado contente pelo filho e sem se ter divertido, simplesmente." 


Além dos país, existem muitos avós que desejam o melhor para os seus netos. Estão cheios de boas intenções insistindo em passar por cima das das vontades dos próprios filhos.

Em vez de visitarem os netos ou até pedirem para estar com eles. Insistem em retirar os netos dos seus lares para te-los em suas casas seguindo a sua única vontade e esquecendo outras vontades, nomeadamente as dos próprios netos.
Exercem uma pressão elevada nos filhos e nos netos esquecendo-se que nunca chegam a saber qual o verdadeiro estado das pessoas e principalmente das crianças.

Será que se estão a esquecer que "...há miúdos que não aguentam"? 

2 de maio de 2011

Que crise esta....

Não há dinheiro no entanto todas as grandes superfícies estão sempre cheias.

Há uns anos atrás, junto de uma escola secundária encontrávamos estacionadas dezenas de "aceleras" que agora foram substituídas por "Smarts".

No tempo de infância dos nossos pais, muitos tinham uma "dúzia" de irmãos e tudo se criava. Logo cedo saíam de casa dos pais para ir trabalhar e começar a orientar as suas vidas. Agora cada casal têm em média dois filhos que vivem com os pais até longa idade.

Antes não existia Internet e eram poucas as grandes estradas. As pessoas eram obrigadas a trabalhar nas terras ou a mudar-se para viver junto ao trabalho. Agora muitos trabalham a partir de casa e por vezes fica mais barato fazer uma viagem para o estrangeiro do que para o Algarve.

Portugal vive com umas das maiores taxas de desemprego, no entanto existem empresas que importam cada vez mais mão de obra estrangeira.
Os vencimentos que estas empresas proporcionam, podem não ser os mais elevados, no entanto muitas oferecem transporte, alojamento e segurança social. Muito provavelmente os melhores colaboradores devem continuar e muito possivelmente os seus vencimentos vão ser (ligeiramente) aumentados, pois entre outras coisas facilitam a comunicação e partilham a experiência com todos os novos trabalhadores.

Desde novo que ouvi falar em portugueses que iam para o estrangeiro à procura de bons empregos e para ganhar dinheiro, será isto como que uma moeda de troca com estes Tailandeses? Muitas destas pessoas acumulam ainda mais do que um emprego. Então que crise é esta???

30 de abril de 2011

Quinze euros à hora!

Um homem chegou a casa tarde, vindo do trabalho, cansado e irritado, e encontrou o seu filho de 5 anos esperando por ele na porta de casa.
Pai, posso fazer-lhe uma pergunta?
O que é? Respondeu o homem.
Pai, quanto é que você ganha por hora?
Isso não é da tua conta. Porque é que estás perguntando uma coisa dessas? Respondeu o Pai em tom agressivo.
Eu só quero saber. Por favor, diga-me quanto é que o pai ganha numa hora?
"Se queres saber, eu ganho 15,00 € por hora."
Ah..." o menino respondeu, com a sua cabeça para baixo.
Pai, pode-me emprestar 7,50 €?
O pai ficou furioso, "Essa é a única razão pela qual me perguntaste isso? Pensas que é assim que podes conseguir algum dinheiro para comprar um brinquedo ou alguma outra coisa? Vai para o teu quarto e deita-te. Pensa sobre o quanto estás sendo egoísta. Eu não trabalho duramente todos os dias para tais infantilidades.
O menino foi calado para o seu quarto e fechou a porta.
O Pai sentou-se e começou a ficar ainda mais nervoso sobre as questões do filho. Como ele ousa fazer tais perguntas só para conseguir algum dinheiro?
Após cerca de uma hora, o homem tinha-se acalmado e começou a pensar:
Talvez houvesse algo que o filho realmente precisava comprar com esses 7,50 € e ele realmente não pedia dinheiro com muita frequência. O homem foi para a porta do quarto do filho e abriu a porta.
Estás a dormir, meu filho, perguntou.
Não pai, estou acordado, respondeu o filho.
Eu estive a pensar, talvez eu tenha sido muito duro contigo à pouco, afirmou o Pai. "Tive um longo dia e acabei descarregando sobre ti. Aqui estão os 7,50 € que me pediste. "

O menino levantou-se sorrindo. "Oh, pai obrigado, gritou. Então, procurando por baixo do seu travesseiro, rebuscou alguns trocados amassados.
O Pai viu que o menino já tinha algum dinheiro, e começou a enfurecer-se novamente.
O menino lentamente contou o seu dinheiro, e em seguida olhou para o pai.
Por é que queres mais dinheiro se já tinhas algum? Gritou o pai.
Porque eu ainda não tinha o suficiente, mas agora já tenho, respondeu o menino.
" Pai, eu agora tenho 15,00 €. Posso comprar uma hora do teu tempo? Por favor, chega mais cedo amanhã a casa. Eu gostaria de jantar contigo."
O pai ficou destroçado. Colocou os seus braços em torno do filho, e pediu-lhe desculpa.
É apenas uma pequena lembrança a todos vocês que trabalham arduamente na vida. Não devemos deixar escorregar através dos nossos dedos o tempo sem ter passado algum desse tempo com aqueles que realmente são importantes para nós, os que estão perto do nosso coração. Não te esqueças de compartilhar esses 15,00 € do valor do teu tempo, com alguém que gostas/amas.

Se morrermos amanhã, a empresa para a qual estamos trabalhando, poderá facilmente substituir-nos em uma questão de horas. Mas a família e amigos que deixamos para trás irão sentir essa perda para o resto de suas vidas...

Se tiveres tempo, partilha

Por: Ana Correia

5 de abril de 2011

Viver num mundo virtual

“Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.

Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumo de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail.
Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.
Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?
Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora.
O peso na consciência, impedem-me de o dizer.
Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais uma refeição decente para ele.
Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor o que está fazer?
- Estou a ler uns e-mail.
- O que são e-mail?
- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas via Internet (sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses): – É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Senhor você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet ?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.

- E o que é virtual?

Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco vai entender e deixar-me-ia almoçar, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar… é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.
Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual.
- Tens computador?! – Exclamo eu!!!
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira…Virtual.

A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.

Isto é virtual não é senhor???
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino acabasse de literalmente “devorar” o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um “Brigado senhor, você é muito simpático!”.
Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!”


Texto enviado por email...

26 de março de 2011

18 de março de 2011

A Day Made of Glass... Made possible by Corning.



Será este o futuro que nos espera???
Da forma que as redes sociais crescem e assistimos ao desenvolvimento da tecnologia e cada vez existe menos contacto directo entre as pessoas.

Actualmente existem pessoas que vivem as redes sociais, que vivem as vidas dos outros, mais do que a sua própria vida. Este futuro irá promover esta situação. Será isso benéfico para todos nós?

13 de março de 2011

12 Março - Manifestação Geração à Rasca (fotos)

Manifestação Geração à Ra

Mais fotos...
“Primeiro eles ignoram-te, depois riem-se de ti, depois combatem-te, e no fim tu ganhas.” - Mahatma Gandhi

5 de março de 2011

Insiste Em Ti Mesmo


Insiste em ti mesmo; nunca imites. A todo o momento, podes exibir o teu próprio dom com a força cumulativa de toda uma vida de estudo; mas do talento imitado de outro tens apenas posse parcial e momentânea. Aquilo que cada um sabe fazer de melhor só pode ser ensinado por quem o faz. Ninguém sabe ainda o que seja, nem o pode saber, enquanto essa pessoa não o demonstrar. Onde está o mestre que pudesse ter ensinado Shakespeare? Onde está o mestre que pudesse ter instruído Franklin, ou Washington, ou Bacon, ou Newton? Todo o grande homem é único.
Ralph Waldo Emerson, in "Essays"

1 de março de 2011

Ninguém Se Conhece a Si Mesmo

Julga que se conhece, se não se construir de algum modo? E julga que eu posso conhecê-lo, se não o construir à minha maneira? E julga que me pode conhecer, se não me construir à sua maneira? Só podemos conhecer aquilo a que conseguimos dar forma. Mas que conhecimento pode ser esse? Não será essa forma a própria coisa? Sim, tanto para mim como para si; mas não da mesma maneira para mim e para si: isso é tão verdade que eu não me reconheço na forma que você me dá, nem você se reconhece na forma que eu lhe dou; e a mesma coisa não é igual para todos e mesmo para cada um de nós pode mudar constantemente. E, contudo, não há outra realidade fora desta, a não ser na forma momentânea que conseguimos dar a nós mesmos, aos outros e às coisas. A realidade que eu tenho para si está na forma que você me dá; mas é realidade para si, não é para mim. E, para mim mesmo, eu não tenho outra realidade senão na forma que consigo dar a mim próprio. Como? Construindo-me, precisamente. 

Luigi Pirandello, in "Um, Ninguém e Cem Mil" @fonte

Os pais têm sempre RAZÃO

Sinopse:

Maria João Santos, psicóloga educacional, recebe todos os dias no seu consultório pais à procura de respostas às suas dúvidas diárias em relação à educação dos filhos. A grande questão é comum a todos eles: estaremos a ser bons pais?

A autora não tem dúvidas: sim, estão. Deixemos de lado as inseguranças, as pressões sociais e vivamos a nossa relação com os filhos de forma positiva e segura. Todos os pais têm uma enorme capacidade para assegurar aos seus filhos um percurso pessoal, relacional e escolar de sucesso. Ou não fossem eles o principal e mais privilegiado elemento de ligação afectiva, a referência mais importante na vida das crianças.

Neste livro, com exemplos para reflectirmos, esta psicóloga garante-nos que o bom desenvolvimento da criança assenta numa relação estreita de afectos entre os pais e os seus filhos, e deixa-nos alguns conselhos práticos para pormos em acção no nosso dia-a-dia:

- Construam uma comunicação positiva com os vossos filhos.

- Tentem perceber o que está por detrás de comportamentos como birras ou sentimentos de tristeza.

- Tenham disponibilidade para estar com os vossos filhos.

- Não tenham medo de impor limites e utilizar a palavra «não» e de construir o vosso próprio modelo educativo.


26 de fevereiro de 2011

Prova de coragem



É muito bom lutar para chegar aos objectivos. Melhor ainda é quando alguém salta da bancada e te apoia no teu caminho.

18 de fevereiro de 2011

O Melhor Anúncio



O exemplo é a escola da humanidade e só nela os homens poderão aprender. 
Autor: Burke, Edmund

Não pensem que as crianças passam imunes a estes factos pois elas percebem melhor que todos os adultos. => Bebés revelaram-se capazes de distinguir amigos de inimigos

É caso para perguntar: - De que valem as palavras e até os brinquedos quando na verdade o que elas mais vêem são as atitudes? => A ATITUDE É TUDO!!!

É triste a falta de humildade nas pessoas.
É lamentável as pessoas recorrerem de forma constante à mentira.
Tenho pena que na cabeça de muitas crianças passe a ideia: "Os Adultos são muito complicados."

É reconfortante ver que as crianças gostam de nós. Não pelos brinquedos, mas sim pela forma de brincar. Não por sermos demasiado permissivos, mas sim por sermos justos. Não por sermos superiores, mas sim por respeitar os outros.

14 de fevereiro de 2011

2 de fevereiro de 2011

Nada nos Satisfaz

Se ocasionalmente nos ocupássemos em nos exa­minar, e o tempo que gastamos para controlar os outros e para saber das coisas que estão fora de nós o empregás­semos em nos sondar a nós mesmos, facilmente sentiríamos o quanto todo esse nosso composto é feito de peças frágeis e falhas. Acaso não é uma prova singular de imperfeição não conseguirmos assentar o nosso contentamento em coi­sa alguma, e que, mesmo por desejo e imaginação, esteja fora do nosso poder escolher o que nos é necessário? Dis­so dá bom testemunho a grande discussão que sempre houve entre os filósofos para descobrir qual é o soberano bem do homem, a qual ainda perdura e perdurará eterna­mente, sem solução e sem acordo: Enquanto nos escapa, o objecto do nosso desejo sempre nos parece preferível a qualquer outra coisa; vindo a desfrutá-lo, um outro desejo nasce em nós, e a nossa sede é sempre a mesma. (Lucrécio).

Não importa o que venhamos a conhecer e des­frutar, sentimos que não nos satisfaz, e perseguimos cobiçosos as coisas por vir e desconhecidas, pois as presentes não nos saciam; em minha opinião, não que elas não te­nham o bastante com que nos saciar, mas é que nos apo­deramos delas com mão doentia e desregrada: Pois ele viu que os mortais têm à sua disposição praticamente tudo o que é necessário para a vida; viu homens cumulados de riqueza, honra e glória, orgulhosos da boa reputação de seus filhos; e entretanto não havia um único que, em seu foro íntimo, não se remoesse de angústia e cujo cora­ção não se oprimisse com queixas dolorosas; compreendeu então que o defeito estava no próprio recipiente, e que esse defeito corrompia tudo de bom que fosse colocado de fora em seu interior (Lucrécio).
O nosso apetite é indeciso e incerto: não sabe con­servar coisa alguma, nem desfrutar nada da maneira certa. O homem, julgando que isso seja um defeito dessas coi­sas, acumula e alimenta-se de outras coisas que ele não sabe e não conhece, em que aplica os seus desejos e espe­ranças, honrando-as e reverenciando-as; como diz César: Por um vício comum da natureza, acontece termos mais con­fiança e também mais temor em relação às coisas que não vimos e que es­tão ocultas e desconhecidas.

Michel de Montaigne, in 'Ensaios'
Retirado de: http://www.citador.pt/

31 de janeiro de 2011

Que parva que eu sou - Deolinda (musica e letra)


Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

17 de janeiro de 2011

Dia 23 Vote Metro



"Todos os eleitores de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo deviam votar no Metro Mondego. Como não constará no boletim de voto, entregariam em branco a sua escolha.
Este governo está a tramar a vida de milhares de pessoas que precisam, directamente, desse meio de transporte. Todos os outros deviam ser solidários com quem sofre as consequências de um governo irresponsável, mentiroso e sem soluções para as asneiradas que cometeu.
Se estas eleições têm a ver com o assunto? É claro que é preciso começar por algum lado, independentemente das simpatias político-partidárias. Está aqui uma boa oportunidade para o povo fazer parte da democracia e mostrar a sua indignação, a quem quer presidir o pais." Vá lá e deixe o boletim em branco, escolha o Metro.

14 de janeiro de 2011

O que temos na morte e não temos na vida

O dia do cortejo fúnebre é sem duvida a melhor desculpa para reunir a família, os amigos e os inimigos, os conhecidos e até alguns desconhecidos. 

Tudo chora, todos acompanham e muitos apoiam. Apoiam??? - Apoiar um defunto??? Muitas destas pessoas em vida nunca o apoiaram e agora chegam-se à frente para o apoiar??? Acreditem que agora também não o apoiam.

Quem agora apoia o defunto é um conjunto de tábuas de madeira.

Tábuas cortadas à medida.
Tábuas revestidas com verniz.
Tábuas revestidas com folhos brancos de forma a proporcionar algum conforto.
Tábuas que amparam um corpo e que não o deixam tombar.
Tábuas com um papel muito superior na altura da morte do que muitas pessoas tiveram na vida e que mesmo assim não abdicaram de estar presentes.

Nestas alturas ninguém aponta defeitos. Só se ouvem qualidades. 

Durante este curto espaço de tempo é relembrada uma vida cheia de sucessos e de qualidades descritas por cada um e completando-se numa história de uma vida.

Muitos levam flores. Arranjos de flores, coroas de flores, flores em numero muito superior a que o defunto recebeu em toda a sua vida e com que significado? Significado de alegrar o momento? Alegrar aquele dia? Porque não dividiram essas flores, pelos dias de vida daquele que agora nada vê?

Está na altura de perceber que não é preciso chegar ao fim da vida para ter todo um conforto que falta nesta curta vida. 
É altura de nos concentrarmos no dia-a-dia. 
É hora de ter um simples gesto que proporcione algum conforto.
É altura de deixar de ser egoísta e de ser sínico. 
É altura de aproveitar os minutos da nossa vida com quem mais gostamos e simplesmente abdicar de tudo o que nos faz mal.

É altura de adoptar um papel semelhante ao que mais tarde uma tábua irá ter.

10 de janeiro de 2011

Quando os avós representam um desafio

Despite all the jokes about mothers-in-law, time spent with grandparents are often among some of the fondest memories from childhood. It is a significant loss for those children unfortunate to have to grow up far from their grandparents and be limited to only occasional contacts. Plus, in today’s hectic family schedule, having grandparents as a resource can be especially helpful.
Nevertheless, it is unfortunately all too common to see a couple struggling, in part, because of an intrusive grandparent. One of the first stages of creating a strong marriage requires the couple to form a stronger bond between them than the bond that already exists between a spouse and her/his parents. The challenge can range from the spouse who is very close to a caring parent to a spouse who is not close but has a complex relationship with a troubled parent.
A couple recently described a grandmother contradicting their advice to their son while the son stood there feeling confused. Not surprisingly, this had happened on a number of occasions. It’s the maternal grandmother, so the wife feels responsible but when she says something to her mother, she gets the you-have-just-wounded-me response and ends up feeling very guilty. Plus she hates to put her mother down in front of her grandson.
But if she does nothing, the husband’s anger comes into play and it often results in a conflict with him. The wife feels trapped.
Usually the wife responded by simply telling her mother that what she just did was wrong. This results in the grandmother feeling disrespected, hurt and unwanted. An alternative is to focus on two other points.
“Mom, I may be wrong but you know me, sometimes I can only learn the hard way. I’m afraid you’ll just have to let me make my own mistakes.” This emphasizes the broader concept that there are few clear right ways to parent and each family has to discover, by trial and error, what works best for them. This enables the parents to persist in their advice to the child without telling the grandparent she was wrong.
In a separate conversation, stress that being a grandparent is a very special role that you want your parent to play in the life of your child. Grandparents can, and should, “spoil” their grandchildren. They are “pals”, having lots of special fun times together. In fact, many times grandparents who were not especially warm and loving with their own children, can be just that with their grandchildren. (Yes, that often causes a little bit of wistful pain to the parent who wishes she had gotten that kind of love as a child.) Parents have to juggle being authorities with being friends but grandparents can just focus on being friends and soak up the joy of their grandchildren without the stress.
Focusing on these key points often allows the parent to help reduce the intrusiveness of a grandparent without so much hurt and guilt.
Another source of tension is when the maternal grandmother criticizes her daughter’s parenting in private conversations. This is especially an issue when the child presents some challenging behaviors (e.g., hyperactivity) or just is acting in ways that “would never have been allowed when you were a child!” Usually this occurs as part of a long history of a daughter feeling that whatever she did was never good enough to win the praise (love?) of her mother. Please note that while it is much more common to be a mother-daughter issue, it can be a father-daughter issue as well. Rarely is it a father-son problem, at least in terms of direct interference. The latter is more likely to be an issue of sons who are disconnected from their fathers.
Being a confident parent in the face of your parent’s criticism is a challenge. It helps when your spouse and/or friends are supportive. But when the roots of this negativity run deep, it can be hard not to fall victim to “believing” your parent’s criticisms are valid. Here it is often helpful to seek some counseling that will allow you to internally challenge negative perceptions of yourself and develop confidence in your parenting.
At the other end of the spectrum are the grandparents who don’t seem very interested in being grandparents. They are rarely willing to take care of the children and don’t visit very often. The children often pick up on this and may even begin to make some negative comments about their grandparents. While this is very frustrating, the reality is that there isn’t a lot one can do. I usually encourage parents to still work out a few times when they virtually insist on some contact but mostly one has to accept this limited role. The key here is for the spouse to not “rub it in” and allow it to become a sore point in the marriage. Not allowing grandparent issues to negatively impact one’s marriage is the most important aspect of everything being discussed here.
Another common issue is the desire to have some private time when visiting grandparents. One of the benefits of visiting is the chance to leave the children with their grandparents and for the couple to get away by themselves. Most grandparents love the opportunity to have the children alone. But some object.
I usually recommend telling the grandparents when the visit is being planned that you and your spouse intend to get away for a few hours (on a short visit) or an overnight (on a longer visit). Again, this usually needs to be handled by the biologically connected parent. The key is presenting this in a firm but matter-of-fact way and not getting sucked in to feeling guilty if the grandparents make a negative comment about it. It is so important to building a strong marriage to have this private time that it should be worth some grumbling on the part of the grandparents.
Some spouses complain about interacting with a parent who is always negative. Conversations on the phone or during visits are filled with complaints about health, lack of attention from you, problems in the neighborhood, negative stories about “your father”, and an insistence that you don’t sound so happy and/or healthy. This makes contact unpleasant for you, even if the time spent with the children goes well (until the grandparent talks to you and expresses concerns about the children).
One of my favorite suggestions when this happens is to agree with the parent! The typical scenario is to try to convince the parent everything is fine. Doesn’t work. It only makes the parent feel as if you are not listening and convinces them you are just trying to hide the bad news. Instead, agree with the negative concern and elaborate on it.
Yes, I do feel tired and run down. Yes I am worried about getting laid off at work. Yes the children should be working harder in school. The idea is to be as negative as your parent is. That’s not what they want to hear and the typical reaction is to cut short the conversation or even to begin to be less negative in future conversations. Try it. It works.
The key points in dealing with problematic grandparent situations: 1) The situation must not be allowed to drive a wedge between husband and wife; 2) The biological spouse needs to take the lead in directly addressing the problem; 3) Try to lighten up about the problem and deal with it in a more relaxed and even humorous manner. The goal is to try to enable your children to have some quality time with their grandparents. Your issues with your parents need to be pushed out of the way.