31 de dezembro de 2010

Paradoxo do Nosso Tempo

Conquistamos o espaço,
mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores,
mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito;
escrevemos mais,
mas aprendemos menos;
planeamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar
e não, a esperar. não, a esperar.
Construímos mais computadores
para armazenar mais
informação,
produzir mais cópias do que nunca,
mas nos comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food'
e da digestão lenta;

do homem grande, de carácter pequeno;
lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos,
vários divórcios,
casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas,
fraldas e moral descartáveis,
das rapidinhas, dos cérebros ocos
e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrina e
muito pouco na dispensa.

Lembre-se de passar tempo com as
pessoas que ama, pois elas

não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso
em seus pais, num amigo,

pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer " eu te amo" à sua
companheira(o) e às pessoas que ama,
mas, em primeiro lugar, se ame.

Um beijo e um abraço curam a dor,
quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize sua família,

seus amores, seus amigos,
a pessoa que lhe ama,
e, aquelas que estão
sempre ao seu lado."

@George Carlin

6 de dezembro de 2010

A imitação

Um recurso que o criador de aves poedeira usa muito para aumentar a produção de ovos é colocar um ovo artificial no ninho da galinha. Vendo tal ovo, a galinha se sente encorajada, e põe outros tantos. É uma coisa muito inteligente, pois não força ninguém e utiliza o que poderíamos chamar de "exemplo edificante".

Outra forma interessante que vem do reino animal é a aprendizagem por imitação. Um gato, por exemplo, aprende a caçar presas observando a mãe gata. Através da repetição supervisionada, por exemplo, inicia a aprendizagem com a mãe usando um rato morto, depois aumenta o grau de dificuldade, até que o gatinho vai atrás das presas vivas. Outro exemplo será o facto de muitas espécies de aves canoras aprendem a cantar padrões complexos e maravilhosos, imitando o canto de outros pássaros, mais maduros. Todo criador de canários sabe que ele tem que ter mais de um, para que o canto se aperfeiçoe: canários criados em isolamento desde o nascimento cantam, mas cantam muito pior do que os outros, criados "em sociedade".

São metáforas interessantes para a nossa sociedade que me leva a modificar ligeiramente um ditado popular: "imita os bons e tornar-te-ás um deles".

O ser humano, como todo animal mamífero, aprende muitas coisas por imitação, a tal ponto que este é um dos recursos mais usados na educação. Isso ocorre em todas as áreas e níveis, desde a alfabetização básica, como por exemplo imitar com um lápis no caderno as letras escritas pelos pais ou repetir as palavras até conseguir uma imitação perfeita.

Também existem profissões em que a aprendizagem é feita exclusivamente por imitação ou fortemente baseada nela. Caso do carpinteiro, do pedreiro ou até de muitas profissões que recentemente adoptaram o sistema "learning-on-the-job".

Mas agora quem vou eu imitar? - O meu colega do emprego? - Os concorrentes de uma série televisiva? - O "José" que engata uma série de loiras assombrosas com QI duvidoso? - Políticos com acções duvidosas? - Empresários com sucesso à custa da exploração de outros? - Filhos da mamã ou do papá "xpto"? Jogadores de futebol? - O funcionário do estabelecimento que me facilita e prejudica o seu patrão? - O vizinho do carro azul bebé?

Infelizmente deparo-me com uma problema. O nosso país tem uma forte carência de gente boa ou então eu não eu não consigo imitar ninguém?