No outro dia dei comigo a pensar...em máscaras pessoais...
Existem pessoas que...
Ou por motivos diversos ou por circunstâncias da própria vida...
Ou porque a estrutura de personalidade é um tanto “invertebrada”...
Ou ainda por questões de educação e de formação...
Existem pessoas que olhamos e sentimos que o que estamos a ver naquele momento é falso...elaborado, construído...
Mesmo inconscientemente todos temos máscaras que utilizamos em determinadas situações... e porque será que elas surgem?
Será por timidez?
Por cobardia?
Por inadaptação?
Por defesa?
Uma auto estima muito baixa?
Há pessoas que foram treinando máscaras ao longo da vida...
E elas estão de tal forma plasmadas no indivíduo que já fazem parte da personalidade..agem em vez da própria pessoa e reagem sempre que um estimulo é accionado...
Uma máscara para uma festa... aquilo a que eu chamo o sorriso 35... (timidez)
Uma máscara para poder encarar o chefe, quando a vontade é mandá-lo ir dar uma volta a um sítio muito chique..(cobardia)
Uma máscara para se sentir integrado num grupo de amigos, quando existe a sensação de que não nos acham graça nenhuma (inadaptação / timidez)
Uma máscara para ocultar o sofrimento, porque a ideia é a de que nunca se devem mostrar pontos fracos..deve sempre mostar-se indiferença e fortaleza face às agressões externas e até fingir boa disposição, quando na realidade só apetece chorar (defesa)
Uma máscara de sedução, quando se instala o medo de que o outro não goste da nossa verdadeira identidade (baixa auto estima)
Ora bem... julgo que as máscaras não serão mais do que formas individuais de defesa face a agressões externas, tomem elas as características que tomarem...
Há pessoas que têm consciência da existência das suas próprias máscaras...
Que percebem quando é a máscara que funciona ou quando são autenticamente elas...mas que de certa forma até gostam de accionar a máscara porque dá jeito...
E aprenderam a utilizar-se da máscara como meio para atingir fins desejáveis ou expectáveis...
”hummm... não é que consigo algumas coisas e liberto-me de outras se agir assim desta maneira ou daquela?”....
Outras ainda utilizam-na para se esconderem...não dos outros, penso eu...mas delas mesmas...é mais fácil e mais cómodo...
Mas há outras pessoas que nunca se apercebem disso... digamos que inconscientemente foram sentindo ao longo do tempo que, se agissem ou reagissem de determinada forma, até saíam beneficiadas...que eram evitados golpes mais profundos e sofrimentos maiores...
Pois é... e dia após dia...ano após ano...a máscara cola-se à personalidade e não existe nem consciência nem diferença entre uma coisa e outra... ela refina-se de tal ordem que a personalidade é a máscara e vice-versa...
E depois já não se consegue viver sem ela... então ela passa de personalidade a carácter...
E se alguém disser...”Alto lá...TU não és assim!!!...” a resposta poderá ser qualquer coisa do género...” claro que sou assim... sempre fui assim... porque dizes isso?”...
Até que ponto existe a noção de autenticidade e a noção de personagem numa situação limite?
Será que alguma vez esta pergunta se coloca a quem vive numa constante máscara de si mesmo?
Em que momento terão os outros a noção de que a pessoa que está ali é autêntica... ou, por outro lado, que é a máscara que está a funcionar?...
E depois? Se alguma vez existe essa consciência... se alguma vez, num momento de maior introspecção e lucidez, a pessoa se encara a ela própria... como será que reage a isso?
Choca-se?
Luta conta isso?
Muda?
Adapta-se?
Resigna-se?
Não quer saber?
Como será?...
...fantástico, retirado de http://hologramasdemim.blogs.sapo.pt/ e não vou modificar nem uma virgula...
2 comentários:
Não pude deixar de comentar esta tua postagem amigo. Achei muito interessante. Até me fez lembrar, de alguma forma, a tua postagem do "Inspector Gadjet".
Pois é, este nosso mundo está cada vez mais cheio de "máscaras". Acho que cada vez mais não se consegue conhecer verdadeiramente as pessoas e a essência de cada uma delas. De qualquer forma, na minha opinião, julgo que todos têm noção de quando usar a "máscara" e qual a sua finalidade.
Mas por mais que a máscara esteja colada à pessoa, à sua personalidade e ao seu carácter, ela acaba por cair (nem que seja por uns momentos, mas cai).
Eu própria, tenho de confessar, revejo-me um bocado na "máscara de defesa" que falas.
Tema interessante, bom para reflectir... Parabéns ;)
Kiss
Este texto está de facto genial! Não lhe quiseste mudar nada e fizeste muito bem!!
Vivemos de facto numa sociedade que nos "obriga" a criar máscaras para sobreviver...
Eu própria uso uma ou outra das mencionadas no texto, mas kem não as usa?!
Infelizmente atravessamos neste momento uma crise a nivel de emprego e temos que engulir alguns sapos bem gordos de forma a mante-lo!! Já tive momentos em que fui contra o meu chefe e lhe fiz frente, só ganhei inimizades, mau ambiente no trabalho, dores de cabeça.. Então, aconselhada por pessoas mais velhas, mais experientes (mãe e pai) lá arranjei a bendita da máscara... Agora é "amém" com o chefe e sorrizinho o dia todo!!! Não me faz sentir melhor pessoa, mas infelizmente vai resultando.... Sou cobarde? Então o mundo está cheio deles!!
A máscara da defesa aprendi-a também à custa do trabalho.. Chorei muitas vezes por ver certas injustiças no trabalho, infelizmente algumas pessoas viram, o chefe inclusivé... Quando comecei a notar que a vontade dele era ver-me sempre a chorar, lá tive eu que recorrer a mais uma máscara. A da valente, que aguenta tudo sem derramar uma lágrima...
Infelizmente comigo teve que ser assim!! Poderão haver pessoas que não necessitem de máscaras...
Quem nunca utilizou uma máscara que fosse, que me ensine o segredo!
Como a Sandra diz e muito bem, as máscaras acabam por caír... São como as mentiras que costumam ter perna curta!!
Não concordo que as máscaras se apoderam da personalidade, quem as usa sabe muito bem por que as usa e sabe também quando as deve deixar de usar...
Quem fizer a personalidade com máscaras, simplesmente não tem personalidade!
:)
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